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4º dia da Novena de Santa Terezinha do menino Jesus
QUA R T O D I A
MEDITAÇÃO IV
"A PRATICA DO AMOR NA VIA DA INFÂNCIA ESPIRITUAL"
A pratica do amor na via da Infância espiritual pode-se resumir nesta formula: “Fazer tudo para dar prazer a Deus, aproveitando ainda as menores
ocasiões de oferecer a Jesus pequenos sacrifícios, sempre com alegria, delicadeza e grande generosidade" (1). Amar na via da Infância quer dizer, pois,
I. Fazer tudo para dar prazer a Deus, até nas menores ocasiões. Oferecer a Deus com delicadeza e generosidade muitos sacrificiozinhos.
II. Qualidades do amor na via da infância.
I
“Dar prazer a Deus" é uma formula delicada do amor de Teresinha. Quer
dizer, procurar em tudo fazer mais a vontade de Deus que a nossa e ter em
mira alegrar o Coração de Jesus e não o nosso; não procurar a satisfação de
nosso amor próprio, de nossa sensualidade. O que nos faz perder o mérito
de muitas obras é a falta de pureza de intenção. Nem sempre as fazemos
por amor de Deus, mas por amor próprio, por capricho, por agradar ás criaturas, enfim, para nosso prazer. Daí vem o facto tão comum de muitas almas não progredirem na virtude, fazendo, não obstante, muitas obras brilhantes, e sendo até dedicadas em extremo a estas mesmas obras em si boas, excelentes, quem sabe até necessárias. Na Via da Infância é preciso que a alma se esqueça e só procure fazer a vontade de Deus. Para isso ela não
irá procurar grandes obras, empresas difíceis e elevadas, não; basta-lhe fazer as ações ordinárias da vida, e não perder nenhuma, com um só ideal em todas elas: Dar prazer a Deus, cumprir a sua santíssima. Vontade em tudo
e sempre.
"Se te queres tornar santa, escreveu Teresinha a sua irmã, é bem fácil: não tenhas senão um alvo: dar prazer a Jesus" (2).
Esta é a ocupação das almas pequeninas.
"Conservei-me sempre pequenina, não tendo outra ocupação senão a de colher flores, flores de amor e sacrifício, e de oferecê-las ao bom Deus para. Seu prazer" (3), disse a nossa Santinha nos últimos dias de sua vida terrestre.
Purificando a nossa intenção desta maneira tão bela e simples, transformaremos todas as ações de nossa vida, ainda as mais ordinárias, em outros tantos atos de amor, e então viveremos de amor. Lembremo-nos que esta foi a vida da Sagrada Família, em Nazareth, vida oculta, humilde, ordinária, santificada por Jesus, Maria e José, que só tinham este desejo e esta vontade: "fazer em tudo a vontade do Pae celeste".
Não percamos o nosso tempo, aproveitemos tudo que fizermos para dar
prazer a Deus.
Nada devemos perder. Nossas ações quotidianas como levantar-se, trabalhar, comer, recrear-se; nossos sofrimentos, tudo isto podemos transformar em atos de amor, si tivermos a reta e delicada intenção de em tudo dar prazer a Deus, fazer a sua santa vontade e não a nossa.
Cumprir a vontade de Deus é amá-lo; cumpri-la em tudo, até nas menores
coisinhas, é amá-lo muito; cumpri-la com alegria e sentindo-se feliz em sacrificar-se por isto, é amá-lo com delicadeza e generosidade. Tal é o amor
de Teresinha e o das almas pequeninas que a seguem. Toda a pratica do amor na via da Infância está nesta sublime passagem da "História de uma
alma.": Como hei de testemunhar o meu amor, se o amor se prova pelas obras? - Pois bem! a criancinha há de espalhar flores . Há de com os seus perfumes embalsamar o trono divino e com a sua voz argentina há de cantar o hymno do amor! Sim, ó Amor de minha alma, assim é que a minha vida ephemera se consumirá na vossa presença. Não disponho de outro meio para vos provar o meu amor, senão espargindo flores, isto é, esmerando-me em não deixar fugir nenhum sacrificiozinho, nenhum olhar, nenhuma palavra, fazendo aproveitar até as mais insignificantes ações, e empenhando-me nelas por vosso amor. Quero sofrer por amor e até gozar por amor; assim hei de derramar flores. Nenhuma acharei que não desfolhe por vós. . . e hei de cantar sempre, nem que seja obrigada a colher as minhas rosas entre espinhos; e tanto mais melodioso será o meu canto, quanto mais crescidos e pungentes forem esses espinhos (4). Eis aí o amor generoso que colhe flores de pequenos sacrifícios e as esparge junto ao trono de Deus; e sempre alegre, canta no meio dos sofrimentos, entre os espinhos da dor.
Essas flores de sacrifícios, não as encontramos a cada passo na vida. São
as dores morais, o peso do cumprimento dos nossos deveres, as doenças, e estas ocasiões em que sempre temos de sacrificar o nosso amor próprio e o nosso coração. Oh! sejamos generosos e ofereçamos estas flores tão belas a Jesus. Não as deixemos murchar ao sol de nossa impaciência. Colhamo-las, ainda mesmo que custe (entre espinhos), e alegres, resignados a santa vontade
de Deus, vamos oferecê-las a Jesus. Ah! si as almas que sofrem soubessem
amar como Teresinha, como seriam felizes!
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